Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono
. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Rubem Alves

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Sequência: Folclore



EMEB BRUNO MASSONE
PROFESSORA CLAUDIA
1o ANO A INICIAL
2013


“SACI-PERERÊ”
Área: Língua Portuguesa, Matemática e Arte
Produtores: Alunos do 1° ano A – Ciclo inicial
Duração: 1 mês
JUSTIFICATIVA
Em geral, as crianças sentem-se muito atraídas pelas parlendas, por ser um tipo de
texto com ritmo e sonoridade que diverte e ensina, favorecendo as atividades com
oralidade, leitura e escrita. O mesmo acontece com as lendas; as crianças gostam
muito de ouvir e contar histórias e aprendem muito ao fazer isso. As histórias são o
passaporte de entrada no mundo da escrita e para sua formação de leitor.
É ouvindo histórias que os alunos desde cedo vão se apropriando da estrutura de uma
narrativa, das regras que organizam esse tipo de discurso, e é esse conhecimento que
lhes possibilita compreender outras narrativas, lê-las, recontá-las e reescrevê-las.
Ao realizar um reconto, os alunos recuperam os acontecimentos da história; e na
reescrita eles precisam coordenar as tarefas, mesmo que o escriba seja o professor,
os alunos precisam recuperar os acontecimentos e organizá-los, controlar o que já foi
escrito e o que falta escrever. Ao realizar essas tarefas eles estão aprendendo sobre o
processo de composição de um texto escrito.
O trabalho com os gêneros textuais parlendas e lendas oportuniza as crianças o
conhecimento e valorização desses tipos de textos como patrimônios da cultura
popular.
OBJETIVOS
- Ampliar o repertório literário.
- Participar de interações orais em sala de aula, sugerindo e respeitando os turnos de
fala, colaborando assim em situações de produções de textos coletivos, por meio da
atividade de um escriba.
- Refletir sobre as características do sistema de escrita alfabética.
- Ler textos conhecidos de memória, utilizando estratégias de leitura.


- Avançar no conhecimento sobre o funcionamento do sistema de escrita e na
aquisição da leitura e da escrita convencional.
- Desenvolver o comportamento de leitor e escritor durante o processo de produção
textual.
- Resolver situações-problema utilizando estratégias próprias.
- Registrar a sequência numérica.
- Explorar algumas modalidades de artes visuais.
CONTEÚDOS
- Participação em situações de oralidade, leitura, escrita e produções textuais,
oportunizando avanços na aprendizagem.
- Repertório variado de lendas e parlendas.
- Apropriação do sistema de escrita.
- Comunicação de estratégias pessoais na resolução de situações-problema.
- Leitura, escrita e ordenação de números.
- Experimentação em modalidades de artes visuais.
SEQUÊNCIA
1. Leitura pela professora: O saci-pererê – Jonas Ribeiro.
Explorar o livro “Amigos do folclore brasileiro” – Jonas Ribeiro, observando e levantando hipóteses sobre a capa, nome do autor e ilustrador, ilustrações e títulos das lendas.
2. Leitura da parlenda “Saci-pererê”.
3. Texto fatiado: ordenar a parlenda “Saci-pererê”.
4. Escrever a parlenda “Saci-pererê”.
5. Leitura pela professora de outra versão da lenda: O saci-pererê – Rosa Clemente.
Reconto da lenda, recuperando a sequência do texto. Reescrita coletiva da lenda, tendo a professora como escriba.
6. Recortar os nomes das figuras que aparecem na lenda, e colá-las na figura
correspondente.


7. Leitura da parlenda: “A noivinha do saci”.
Responder três questões acerca da parlenda.
8. Completar a sequência numérica.
9. Leitura de outra parlenda do saci-pererê.
Identificar palavras no texto: - pintar de vermelho a palavra “fumaça”; - sublinhar a palavra “cachimbo”; - circular a palavra “perna”; - pintar de azul da palavra “boca”.
10. Texto lacunado.
11. Encontrar os objetos que o saci escondeu e escrever os nomes.
12. Dobradura do saci.
13. Resolver situações-problema.
14. Assistir o DVD do Sítio do Pica Pau Amarelo “O Saci”.
15. Teste de conhecimento sobre o folclore. A professora faz a leitura e os alunos
marcam a alternativa correta.
16. Escrita do nome dos personagens das lendas.
Escrever outras palavras que começam com a mesma sílaba, dos nomes dos personagens escritos.
17. Fazer gráfico sobre a preferência de lendas da turma.
18. Escolher um personagem do folclore para desenhá-lo.
19. Cruzadinha
20. Passatempo: Labirinto e Jogo dos 7 erros.
21. Leitura pela professora: O casamento do Boitatá com a Mula-sem-cabeça – José
Santos.
22. Leitura de outras lendas (durante todo o mês).


EMEB BRUNO MASSONE
NOME: _________________________________________________________
1o ANO _____ INICIAL DATA: ___________________________
LEIA A PARLENDA: SACI PERERÊ DE UMA PERNA SÓ PITOU NO PITO DA MINHA VÓ.
ORDENE A PARLENDA: PERERÊ SÓ UMA MINHA SACI NO VÓ. PITO DA PERNA PITOU DE
PITOU NO PITO
SACI PERERÊ
DA MINHA VÓ.
DE UMA PERNA SÓ


EMEB BRUNO MASSONE
NOME: _________________________________________________________
1o ANO _____ INICIAL DATA: ___________________________
SUGESTÕES DE LEITURAS
O SACI-PERERÊ
ROSA CLEMENTE
SE VOCÊ AVISTAR UM REDEMOINHO SURGINDO DE REPENTE, CUIDADO! ALI DENTRO PODE ESTAR O SACI-PERERÊ.
CONTA A LENDA, QUE O SACI É UM NEGRINHO DE UMA PERNA SÓ QUE TEM A MÃO FURADA, FUMA CACHIMBO E USA NA CABEÇA UMA CARAPUÇA VERMELHA QUE LHE DÁ PODERES MÁGICOS, COMO O DE DESAPARECER E APARECER ONDE QUISER.
ELE ANDA POR TODO LADO FAZENDO MIL TRAVESSURAS: BOTA MOSCA NA SOPA, DÁ NÓ NA CRINA E NO RABO DOS CAVALOS, AZEDA O LEITE, ESCONDE AS COISAS DOS OUTROS, ASSUSTA OS VIAJANTES. ELE DEIXA TODO MUNDO DOIDO!
PARA CAPTURÁ-LO É PRECISO JOGAR UMA PENEIRA SOBRE ELE, DEPOIS SE DEVE TIRAR O CAPUZ DO DANADO E PRENDÊ-LO NUMA GARRAFA.


EMEB BRUNO MASSONE
NOME: _________________________________________________________
1o ANO _____ INICIAL DATA: ___________________________
O CURUPIRA
TEREZINHA ÉBOLI
ONDE TEM FLORESTA, O CURUPIRA ESTÁ PRESENTE. PODEM-SE OUVIR SUAS BATIDAS: TOC... TOC! É ELE, VERIFICANDO CADA ÁRVORE DA MATA, PARA SABER SE ELAS VÃO SUPORTAR A TEMPESTADE QUE JÁ VAI CAIR.
OS CAÇADORES MORREM DE MEDO DO CURUPIRA. É ELE QUE AVISA OS ANIMAIS DA CHEGADA DE SEUS MATADORES. CORRE PELO ARVOREDO, ASSOBIANDO, FAZENDO UMA ALGAZARRA TÃO GRANDE QUE ATÉ O MAIS VALENTE DOS VALENTÕES ESTREMECE.
É PEQUENO, FEIO, DE OLHOS GRANDES E ARREGALADOS, UNHAS AZULADAS AFIADÍSSIMAS, CABELOS VERMELHOS COM PELO E DENTES VERDES.
SEUS PÉS SÃO INVERTIDOS: CALCANHAR PARA A FRENTE, DEDOS PARA TRÁS! SÃO ASSIM PARA DESPISTAR OS CAÇADORES, DEIXANDO-OS SEMPRE A SEGUIR RASTROS FALSOS, ASSIM, QUEM TENTA SEGUÍ-LO NUNCA SABE DIREITO PARA ONDE ELE ESTÁ INDO. ELE APARECE E DESAPARECE DE REPENTE, DEIXANDO SEUS PERSEGUIDORES PERDIDOS.
O CURUPIRA NUNCA ANDA SÓ. TEM SEMPRE UMA TURMA DE PORCOS-DO-MATO ACOMPANHANDO-O. SE OS HOMENS QUE DERRUBAM AS ÁRVORES OU MATAM OS ANIMAIS SÃO PEGOS POR ELE, LEVAM UMA SURRA TÃO FEIA, QUE NÃO ACHAM MAIS O CAMINHO.


EMEB BRUNO MASSONE
NOME: _________________________________________________________
1o ANO _____ INICIAL DATA: ___________________________
A IARA
ROSA CLEMENTE
IARA É NOME DE UMA CRIATURA BONITA, PODEROSA, SEDUTORA. METADE DELA É MULHER, METADE É PEIXE.
CONTAM OS PESCADORES QUE, QUANDO A LUA REINA NO CÉU, A IARA SENTA-SE NUMA PEDRA DO RIO E CORRE O PENTE POR SEUS CABELOS ORA LOIROS, ORA VERDES, SEMPRE BRILHANTES. FICA HORAS ALI SE PENTEANDO, ATÉ QUE, À MEIA- NOITE, TUDO PARA. AS CACHOEIRAS BARULHENTAS, AS CORREDEIRAS, TUDO SILENCIA. SÓ SE OUVE O SEU CANTO.
ALGUNS DIZEM QUE A IARA É TÃO LINDA, QUE DEIXA OS HOMENS ZONZOS, CEGOS DE PAIXÃO. OS PESCADORES DOS RIOS SABEM DO SEU FASCÍNIO E TEMEM SE PERDER DE AMORES POR ELA. POR ISSO, AO OUVI-LA CANTAR FOGEM EM DISPARADA, PARA NÃO CEDER AO DESEJO QUE A MELODIA DESPERTA NELES.
ALGUNS, PORÉM, SUCUMBEM AO ENCANTO DA IARA E VÃO AO SEU ENCONTRO, SEM SE IMPORTAR COM O DESTINO TRÁGICO QUE OS AGUARDA. ATIRAM-SE ENFEITIÇADOS NA ÁGUA PARA AMAR A IARA ATÉ A MORTE. DIAS DEPOIS, O APAIXONADO É ENCONTRADO MORTO, MAS COM UM SORRISO NOS LÁBIOS, INCHADOS DOS BEIJOS DA IARA.
DIZEM QUE NO FUNDO DO RIO SÃO FRANCISCO, EXISTE UM LINDO CASTELO, PARA ONDE A IARA LEVA OS JOVENS AMANTES QUE CATIVOU.


EMEB BRUNO MASSONE
NOME: _________________________________________________________
1o ANO _____ INICIAL DATA: ___________________________
O LOBISOMEM
EVELYN HEINE
SE VOCÊ CONHECER UM HOMEM ARREDIO, QUE GOSTA DE VIVER SOZINHO, É CHEIO DE ESQUISITICES E SÓ SAI DE CASA EM NOITE DE LUA CHEIA, FIQUE DE OLHO. REPARE BEM SE, AO CHEGAR DE UMA CAMINHADA NOTURNA, ELE ESTÁ COM OS BRAÇOS E PERNAS SUJAS DE SANGUE. PODE SER O LOBISOMEM!
UMA COMADRE, MUITO ENTENDIDA NESSES MISTÉRIOS, ME CONTOU QUE CONHECEU UM LOBISOMEM DE PERTO. ERA O SÉTIMO FILHO DE UMA SENHORA DISTINTA. O MARIDO DELA QUERIA PORQUE QUERIA UMA FILHA. E CADA MENINO QUE NASCIA ELE XINGAVA COM TANTA RAIVA, QUE ATÉ DEUS SE ARREPIAVA COM OS PALAVRÕES.
OS FILHOS FORAM CHEGANDO E, NA SÉTIMA GRAVIDEZ, VEIO MAIS UM MENINO. PELUDO E PÁLIDO, CHORAVA TANTO À NOITE, QUE A MÃE TINHA DE PASSEAR COM ELE PELAS RUAS DESERTAS DA CIDADE.
TEM MAIS. DESDE GAROTO O DANADO GOSTAVA DE ANDAR PELOS CEMITÉRIOS, POR AQUELAS ALAMEDAS EM QUE NÃO PASSAVA NINGUÉM. QUANTO MAIOR FICAVA, MAIS SE TRANCAVA NA SOLIDÃO. E MAIS CRESCIA NO FUNDO DA ALMA AQUELE ÓDIO QUE SEU PAI SENTIU QUANDO ELE NASCEU.
ADULTO, QUANDO A LUA VAI ALTA NO CÉU, O ÓDIO ACUMULADO EXPLODE. ELE SE TRANSFORMA. METADE HOMEM, METADE LOBO, ORELHAS ENORMES, SAI SORRATEIRAMENTE PELAS RUAS ESCURAS DA CIDADE. ATACA O PRIMEIRO QUE ENCONTRA, CHUPA-LHE O SANGUE E VOLTA PARA CASA ANTES DO AMANHECER.
DIZEM QUE, PARA QUEBRAR O ENCANTO E ESPANTAR O LOBISOMEM, BASTA REZAR TRÊS AVES-MARIAS. ELE FICA TÃO DESESPERADO QUE PÕE-SE A CORRER, UIVANDO COMO UM LOBO FERIDO. CORRE, CORRE, ATÉ DESFALECER. QUANDO RAIA O DIA, ENCONTRAM UM LOBO ESTIRADO NO CHÃO.
PALAVRA DE COMADRE!


EMEB BRUNO MASSONE
NOME: __________________________________ DATA: __________________________
A MULA SEM CABEÇA
MARIA JOSÉ NÓBREGA
QUANDO OUVIR UM RELINCHO SOLTO E UM GEMIDO, UM BARULHO DE CASCOS DE FERRO A GALOPAR, SAIBA QUE SOU EU A MULA-SEM-CABEÇA, E QUEM CRUZAR O MEU CAMINHO EU VOU ASSOMBRAR.
SOU UMA MOÇA QUE EM MULA SE TRANSFORMA NA NOITE DE QUINTA PARA SEXTA-FEIRA AINDA MAIS SE A LUA É CHEIA. FIQUEI ASSIM POR SER A MULHER DO PADRE E ANTES DE VIRAR MULA DIZEM QUE EU NÃO ERA FEIA.
SOLTO FOGO E DE LONGE SE OUVEM OS MEUS RELINCHOS ESTRIDENTES OS MEUS CASCOS SÃO DE FERRO E DE PRATA GALOPO A NOITE TODA E ELES SÃO BEM RESISTENTES.
PARA ME DESENCANTAR PRECISA SER CORAJOSO TEM QUE ME ESPETAR ATÉ MEU SANGUE PINGAR. UM OUTRO JEITO É TIRAR FORA MEU CABRESTO, SE ISSO ACONTECE, VIRO MULHER E COMEÇO A CHORAR.

ENQUANTO NINGUÉM DESFAZ MEU FEITIÇO, CONTINUO SEM CABEÇA PELA NOITE ASSUSTAR.

Nenhum comentário:

Postar um comentário